Contaminação dentro de um avião tem pequena probabilidade
Contaminação dentro de um avião tem pequena probabilidade ..Num voo recente dos EUA para Taiwan, 12 dos 328 passageiros estavam infetados mas assintomáticos. Testada toda a tripulação e todos os passageiros, nenhum destes deu positivo para a Covid-19
Viajar de avião ainda pode ser um momento crítico para muitos, mas assim como noutras atividades do quotidiano, a forma como se anda de avião também mudou, adaptando medidas para que nos sintamos mais seguros e protegidos. O principal receio? Sair do avião contaminado. Mas os especialistas defendem que a probabilidade de ser contaminado durante uma viagem é bastante reduzida.
Um exemplo disso foi um voo dos Estados Unidos para Taiwan, que dos 328 passageiros que transportava, 12 estavam infetados mas assintomáticos. Depois de se descobrir os casos contaminados, foram testados todos os passageiros que estavam no avião, incluindo a tripulação, e nenhum destes deu positivo para a Covid-19.
No mesmo sentido, um grupo de investigadores do Instituto de Virologia Médica do Hospital Universitário de Frankfurt, na Alemanha, analisou o caso de um voo de quatro horas de Telavive a Frankfurt, no dia 9 de março deste ano. O estudo publicado na JAMA Network conclui que apenas dois passageiros foram contaminados depois de voarem com um grupo de sete turistas que estiveram em contato com um gerente de hotel infetado e que também ficaram contaminados.
Uma das explicações para o nível de risco ser aparentemente baixo é a circulação de ar fresco, a cada dois ou três minutos, com os aviões são equipados com filtros de ar preparados para reter a maioria das partículas. As máscaras utilizadas pelos passageiros e tripulantes, que são obrigatórias na maioria das companhias aéreas, a medição da temperatura, bem como a limpeza intensiva das cabines e limitação de movimentos dentro do avião, durante o voo, também contribuem para esta baixa taxa de contaminação.
O banco do meio dos aviões deve estar vazio?
Arnold Barnett, professor de estatística da Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology, realizou um estudo onde quantificava a probabilidade de infeção a bordo de um avião, durante um voo curto, onde o banco do meio estaria vazio.
“A maioria das coisas são mais perigosas agora do que antes da Covid, e a área da aviação não é exceção”, disse o investigador à CNN . “Mas existem três coisas que precisam de estar erradas para se ficar infetado durante um voo. Tem que haver um paciente contaminado com Covid-19 a bordo e tem de ser contagioso”, diz. “Se houver tal pessoa no voo, presumindo que esta esteja a usar uma máscara, a máscara tem de ‘falhar’ para impedir a transmissão”, explica. “As pessoas também precisam estar próximas o suficiente para que haja o perigo de haver uma transmissão”.
O estudo teve como base voos de curta duração, de duas horas, nos Estados Unidos, com aviões com três bancos de cada lado do corredor. As conclusões da análise, sempre supondo que os passageiros estão a utilizar máscaras, referem que o risco de contágio dentro de um avião é de 1 em 4300, mas esta probabilidade diminui quando o banco do meio está vazio, para 1 em 7700.
Como esta conclusão diz respeito aos EUA e a voos de curta duração, o autor do estudo alerta que as probabilidades serão menores para voos feitos noutras partes do mundo onde existem poucos casos de Covid-19, e maiores para voos de longa duração.
O investigador defende que não existe muita diferença entre um passageiro que está sentado ao lado da janela ou junto ao corredor. “Estatisticamente, o banco da janela é um pouco mais seguro do que o banco do meio ou o banco do corredor num avião cheio. Mas não é uma grande diferença.”
Esta medida, de deixar o banco do meio vazio, foi adotada por várias companhias, como a Delta Air Lines, a Southwest Airlines e a JetBlue Airways. No entanto, Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da International Air Transport Association (IATA) referiu, o mês passado em comunicado, que esta medida é “economicamente inviável ” para as companhias aéreas.
Em julho, a Qatar Airways tornou-se a primeira companhia aérea a tornar obrigatório, para os passageiros, o uso de viseiras, além das máscaras. As viseiras, fornecidos pela companhia, são obrigatórias para os passageiros da classe económica, menos quando estão a comer ou a beber. Os passageiros que viajam na classe executiva podem usá-las “a seu critério, pois têm mais espaço e privacidade”. No entanto, todos os passageiros devem usá-los durante o embarque e desembarque
Fonte: Visão/Sapo PT
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