Jadlog – Uma carga de R$ 1 bilhão

Jadlog – Uma carga de R$ 1 bilhão . Com a explosão do e-commerce, operadora logística Jadlog vê receita aumentar 50% após alta de 100% nas operações durante a pandemia.

Jadlog - Uma carga de R$ 1 bilhão . O presidente BrunoTortorello aposta no crescimento do pickup no País e admite trazer novidades da Europa. (Crédito:Alessandro Couto )
SERVIÇOS EM EXPANSÃO – O presidente BrunoTortorello aposta no crescimento do pickup no País e admite trazer novidades da Europa. (Crédito:Alessandro Couto )

Pelo Índice do Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital, desenvolvido em parceria com o NeoTrust-Movimento Compre & Confie, houve alta acumulada de 73,8% do e-commerce em 2020. A transformação no hábito dos clientes é confirmada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Segundo a entidade, entre abril e dezembro, 20,2 milhões de pessoas fizeram a primeira compra pela internet e 150 mil lojas passaram a vender também por meio das plataformas digitais. Já estudo da Associação Brasileira de Operadores Logísticos e da Fundação Dom Cabral aponta crescimento de 23,8% no faturamento das empresas do setor no último período.

Diante das restrições impostas pela pandemia, é o e-commerce quem dita as regras do varejo desde março de 2020. Além dos varejistas, as empresas responsáveis por fazer os produtos chegarem às mãos dos clientes pegaram o embalo e atingiram números previstos para daqui a três a quatro anos. Foi caso da Jadlog. Uma das principais operadoras logísticas de cargas fracionadas do Brasil, após 15 anos de atividade faturou o primeiro bilhão. Pertencente à francesa GeoPost e controlada pela DPDgroup, líder de entregas expressas da Europa, a companhia registrou aumento de 100% nas movimentações, com crescimento de 50% na receita em relação a 2019. “O patamar alcançado em 2020 só estava previsto para 2023”, afirmou à DINHEIRO Bruno Tortorello, presidente da Jadlog.

Com 500 franquias e 17 filiais espalhadas pelo País, a Jadlog é especializada no transporte de cargas expressas fracionadas de até 30kg. Em dois anos, a empresa mais do que dobrou a volumetria de operações, que, em 2020, chegou a 40 milhões de encomendas entregues. Cerca de 75% dos negócios são voltados ao segmento B2C, (diretamente entre o vendedor e o consumidor final). Os outros 25% são B2B. “Trabalhar com grandes clientes (Carrefour, Magazine Luiza, Mercado Live, Via Varejo) nos ajudou a atingir esses patamares de crescimento nos últimos anos.”

Para dar conta do recado, a empresa teve que expandir as operações. Apenas em 2020, foram investidos R$ 30 milhões em mecanização e automação de hubs, ampliação da infraestrutura, além da expansão das malhas. Foram construídos hubs em Joinville (SC), para integração da malha Sul; em Vila Velha (ES), ligando estados do Sudeste, além do Nordeste e do Centro-Oeste; e de Salvador (BA), interligando a malha nordestina. Na matriz em São Paulo, sede da empresa, as instalações dobraram de tamanho com a instalação, elevando em 50% a capacidade de processamento diário de encomendas. Houve também a incorporação de um segundo centro de distribuição ao espaço da rodovia Anhanguera. A transportadora ainda investiu na ampliação da frota, composta por 240 caminhões e carretas e 2,5 mil utilitários. O quadro de funcionários também ganhou reforço para absorver a demanda. Depois da contratação de 500 colaboradores durante a pandemia, o quadro fixo chegou a 2,7 mil. O volume supera os 10 mil se levado em conta o ecossistema de franquias e filiais.

Serviços

O foco da empresa nos últimos meses não se resumiu às partes estrutural e de pessoal. O portfólio de serviços também ganhou relevância. Uma das principais apostas é o pickup, no qual as encomendas são retiradas em pontos comerciais próximos ao cliente, com custo menor de frete. O modelo foi responsável pela distribuição de mais de 1 milhão de produtos, a partir de mais de 2 mil pontos pelo Brasil (1,5 mil parceiros mais as 500 franquias), número que será ampliado nos próximos anos. “Essa alternativa garante eficiência logística maior, mais barata e de maior abrangência, além de atender à necessidade de sustentabilidade, porque os veículos acabam circulando menos quando as encomendas estão concentradas.”

Apesar de prever um crescimento mais moderado do e-commerce em 2021, entre 10% e 15%, Tortorello mantém a confiança na expansão dos negócios da Jadlog no Brasil. “Devemos crescer em torno de 20%”, afirmou, ao destacar que a DPDgroup pretende investir de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões nas operações no País nos próximos três anos para expandir a capacidade, além de projetos de inovação e tecnologia. O entusiasmo do presidente só diminui ao abordar as incertezas em relação aos desdobramentos da pandemia, tanto nos aspectos econômicos como sociais. Para Tortorello, aumentar ao máximo o ritmo de vacinação da população contra a Covid-19 é essencial. “Porque se a pandemia se arrastar por muito mais tempo (já atingiu mais de 3 mil mortes diárias, além de continuar a restringir a circulação), os negócios que já estavam muito debilitados vão quebrar e o desemprego vai aumentar. E a economia não retomará.” Uma carga pesada demais para transportar.

Publicado originalmente com o tírulo “Uma carga de R$ 1 bilhão”

Autor: Angelo Verotti

Leia também Jadlog investe na operação logística dedicada ao Nordeste

Fonte: Isto é Dinheiro