MSC não utilizará rota do Ártico devido sustentabilidade
MSC não utilizará rota do Ártico devido sustentabilidade . MSC veio a terreiro reiterar o seu compromisso de evitar a passagem dos seus navios porta-contentores pelo via do Árctico, numa altura em que algumas empresas e analistas discutem a necessidade de rotas comerciais alternativas ao Canal de Suez, após o incidente do ‘Ever Given’.
O presidente da MSC, Diego Aponte, fez a promessa de não apostar nesta rota pela primeira vez em 2019, vincando que a transportadora marítima de contentores não recorreria, por motivos ambientais, à Rota do Mar do Norte para efectuar o transporte de mercadorias entre a Ásia e a Europa, juntando-se às companhias rivais CMA CGM, Hapag-Lloyd e outras, que igualmente prometeram não explorar esta rota alternativa.
Agora foi a vez do novo CEO da empresa, Soren Toft, reafirmar o compromisso em evitar a cada vez mais acessível rota do Árctico, incluindo as suas passagens Nordeste e Noroeste. Para a MSC, a aposta no Shipping via Árctico pode aumentar as emissões do chamado carbono negro, partículas físicas de carbono não queimado que podem depositar-se na terra e no gelo e acelerar o encolhimento do gelo marinho do Árctico.
Soren Toft também elencou os riscos que esta rota pode trazer à navegação: possíveis derramamentos de combustível, problemas de qualidade do ar e um inevitável impacto negativo na biodiversidade marinha da região. «Como empresa responsável, esta é uma decisão óbvia para nós», começou por dizer o responsável. «A MSC não tentará aproveitar o derretimento do gelo do Árctico para encontrar uma nova rota para o transporte comercial, e considero esta uma posição que toda a indústria naval deve adoptar», assegurou o CEO, vincando que a opção não é viável.
«A Rota do Mar do Norte não é uma solução rápida para os desafios actuais do mercado, nem uma estratégia viável de longo prazo», garantiu, dizendo que a MSC está apostada em reduzir as emissões de CO2 através da implementação de navios de maiores dimensões, mais modernos e portanto mais ecológicos e buscará apostar em novos combustíveis e tecnologias para alcançar um futuro de zero carbono.
De olho nas diretrizes ESG, Bud Darr, que também integra o grupo MSC, reforçou a mensagem de Toft: «Explorar esta rota é uma «ambição ignorante de um explorador do século XVIII, quando hoje sabemos que isso representaria mais riscos para os humanos e muitas outras espécies daquela região, além de piorar o impacto do transporte marítimo devido às mudanças climáticas», disse o vice-presidente executivo de Política Marítima e Assuntos Governamentais do Grupo MSC, lembrando que o grupo «apoia as metas de descarbonização da Organização Marítima Internacional da ONU».
Artigo originalmente publicado com o título “MSC reitera nega à via do Árctico e apela a que «toda a indústria naval» siga o mesmo rumo”
Fonte Revista Cargo / Portugal