Descoberta do Brasil foi no Rio Grande do Norte?
A Descoberta do Brasil foi no Rio Grande do Norte? Este é o último épisódio do Ideias & Debates do Cap VII de 2021 com a apresentação do Márcos Valério Araújo (potiguar, claro) com a participação de Aliomar Galvão, Celso Arakaki, Guilherme Bianchi e José Maria de Oliveira que reproduzo no podcast do Blog Rogério. Não consegui participar devido compromissos profissionais decorrentes da Black Friday. Vida de logístico é isto ai.
A inspiração para este resumo apresentado pelo Marcos Valério começou a partir da leitura dos livros do historiador natalense Lenine Pinto Barros – “Reinvenção do Descobrimento”, “Ainda a Questão do Descobrimento” e “O Mando do Mar” (2015). Boa parte das análises do autor foram feitas no Museu da Torre do Tombo, em Lisboa, o maior acervo relacionado às navegações.
Um destes documento é o mapa de Alberto Cantino, de 1502, que traz os contornos do litoral brasileiro. O documento traz informações sobre a ocorrência de serras e da vegetação na área nomeada de Cabo de São Jorge – no local do desembarque de Cabral. No entanto, a descrição não bate com o ocorre na praia baiana, mas é idêntica ao que se encontrada no atual Cabo de São Roque, no litoral potiguar.
Comprovações históricas
“De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa”, anotou o escrivão Pero Vaz de Caminha, na carta do descobrimento do Brasil, em 22 de abril de 1500. A profundidade do local, cerca de quatro metros, é a mesma que se encontra na baía da praia de Touros. A ‘Carta do Descobrimento’ também foi uma das ferramentas de pesquisa para o livro. O documento histórico traz uma descrição do local escolhido pela frota portuguesa para ancorar.
As correntes marítimas do Oceano Atlântico, conduziriam as naus portuguesas até o litoral potiguar, diferente do local tradicionalmente indicado pelos livros de história, a baía de Porto Seguro, na Bahia. “São outras comprovações de que a chegada ocorreu mesmo pelo Rio Grande do Norte”.
Por sinal, em 2000, numa expedição organizada pelos governo do Brasil e de Portugal, a nau utilizada para refazer a travessia – entre a cidade portuguesa de Lisboa e Porto Seguro, na Bahia – precisou de um motor auxiliar, de 190hp, para conseguir cumprir todo o trajeto traçado por Pedro Álvares Cabral.
Outro ponto da carta de Pero Vaz de Caminha é de que a expedição, ainda do alto mar, visualizou um “monte, muito alto e redondo”, que os portugueses nomearam o ponto de Monte Pascoal. “Este monte, na verdade, é o Pico do Cabugi, que pode ser visto, sim, de alto mar”, descreve o autor.
A ideia do palestrante é dar um novo olhar sobre a versão dos livros de história e quem sabe atualizar a descoberta do Brasil a partir do Rio Grande do Norte”,
Assista ao nono episódio sobre este intrigante tema: