EMS Rogério e o Doutorado!
EMS Rogério e o Doutorado! Há algum tempo uma ex-colega dos Correios, a Julieta Wilbert me ligou depois de muitos anos.
Ela estava fazendo um doutorado sobre aprendizado em redes interorganizacionais e seu estudo de caso era um projeto de implantação do serviço expresso internacional dos Correios chamado EMS (Express Mail Service) que coordenei a implantação e o desenvolvimento dele na América Latina.
O projeto foi uma iniciativa pioneira e conjunta das associações latino-americana e mundial de Correio. Respectivamente UPAEP – União Postal das Américas, Espanha e Portugal e União Postal Universal com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD.
O tempo passou e, de vez em quando, ela pedia mais alguma informação ou a formalização das informações dadas, conforme o rito exigido pela Universidade Federal de Santa Catarina a UFSC.
A cada depoimento ou revisão era como se eu mergulhasse no túnel do tempo e revivesse todos desafios e experiências que tive ao longo de dois anos percorrendo toda a América Latina, incluindo a América Central e Caribe.
Os depoimentos ocorreram há muito tempo atrás. Recentemente, recebi por e-mail uma cópia do documento final da tese e refleti como Deus foi generoso comigo!
A implantação e desenvolvimento do EMS foi um projeto que mostramos com NÚMEROS e FATOS que serviços estatais podem ser executados com boa qualidade e com resultados econômicos concretos e que levam o desenvolvimento a áreas remotas.
Através daquele Projeto conheci mais de 20 países e fiz dezenas de amigos nos quatro cantos do mundo!
Passaram-se várias décadas e algumas amizades conservo até hoje, através das redes sociais. Vários já se aposentaram e outros foram para a iniciativa privada como eu.
EMS Rogério e o Doutorado! Preferi não colocar fotos com pessoas. Tenho muitas no meu arquivo pessoal.
Considerei que seria injusto, pois certamente por mais completo que fosse o registro, muita gente importante nesta caminhada ficaria de fora.
A foto mostra “recuerdos” que mantenho no meu escritório onde gravo meus vídeos para o Canal do YouTube que mantenho e sintetizam esta jornada. A Caixa de Coleta do Correio Canadense que ganhei do meu amigo Paul Raynaud, a medalha do congresso mundial da União Postal por ter presidido a comissão de Serviços expressos e novos mercados e a Kombi símbolo dos Correios da minha época. Faltou algo de Montevideo pois a convivência na UPAEP foi muito forte tanto para mim quanto para minha família! Então vou colocar a foto da sede onde fiz muitas amizades e onde começou esta jornada com um convite para fazer um projeto inicial do mesmo no Equador. No ano seguinte recebi um segundo convite da UPU para fazer um projeto semelhante na Guiné-Bissau. Na sequencia as duas organizações decidem fazer um “consórcio” e fiquei como o consultor coordenador do projeto em toda região.
A todos o meu muito obrigado e um muito especial para a Doutora Julieta Wilbert que documentou indiretamente para sempre esta fase tão importante de minha vida! Aliás quem quiser ter acesso à tese dela é só clicar aqui.
Prezado Rogério, foi um prazer e uma honra imensa ter trabalhado um pouco as narrativas de atores que construíram o sucesso do produto/ serviço EMS na década de 90. Se hoje a marca é conhecida e respeitada globalmente, é graças a muitos de vocês, experts de correios nacionais, que contribuíram e contribuem com a malha global postal. Fiquei muito feliz, durante o processo da tese, quando minha prima no Japão me disse que ia me mandar um EMS com alguns mimos de lá. Isso significa que a marca tornou-se o sinônimo do produto. O que mais me impressionou durante a investigação, foi o engajamento e o comprometimento dos profissionais de correios nacionais em um projeto global. Nas entrevistas que fiz com profissionais que vivenciaram o processo de transformação da rede EMS nos anos 90, e depois, com uma geração mais recente, o senso de pertencimento, a união em torno de um objetivo comum e a vontade de superar as dificuldades da época me impressionaram. Percebi que a cultura postal, o chamado vírus postal, transcende as eventuais barreiras de culturas nacionais. A história do EMS dá pano para muita manga na temática sobre práticas de gestão de redes globais transnacionais bem sucedidas. Com certeza é um case benchmark, e como foi-me dito por um entrevistado: it’s a success story!
Obrigado Julieta por registrar este importante movimento que ocorreu no final dos anos 80 e durante os anos 90. Foi a primeira vez que os Correios do Mundo inteiro superaram suas barreiras individuais para pensarem em uma marca GLOBAL. Se pensarmos que eram entidades autonomas foi um passo gigante pois tinha questão de idiomas e abrir mão de marcas que já eram líderes em seus mercados locais em prol de construir uma marca global. Tive o privilégio de ter contribuido neste peojeto.